Pesquisar este blog

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Rodovia dos Minérios na Sexta-feira Santa

Todos conhecemos as crendices populares de que na sexta-feira santa o sobrenatural deixa sua casa e voa pelas imaginações das pessoas, mas o fato ocorrido é verídico. Ocorre pelo ano de 2004. Neste ano um rapaz morador de Almirante Tamandaré, o qual chamaremos de Marcelo, estava a namorar uma moça de Rio Branco do Sul. Um grande problema, tanto Tamandaré quanto Rio Branco não dispunha de muitas atrações culturais. de modo que o rapaz sempre saía de Tamandaré, ia até Rio Branco e depois à capital Curitiba. Isso quase sempre resultava numa distância de quase 60 km, uma hora dirigindo mais ou menos.
Numa dessas noites resolveram assistir uma apresentação. Já é comum na cidade de Curitiba a encenação da Paixão de Cristo na Pedreira Paulo Leminski.

A princípio tudo estava bem, ele saiu com seu Golzinho em direção a Rio Branco do Sul. Pegou sua namorada e lá se foi para apresentação. Na volta, demoraram-se um pouco na pizzaria e quando se deram conta já era quase onze horas, hora de voltar. No trajeto de volta tudo calmo e tranquilio, até passarem pelo bairro de Areias, bairro conhecido por seus bingos. Marcelo olha do lado e mesmo dirigindo vê um Judas de sábado aleluia pendurado em uma árvore e comenta:




- Nossa, tão cedo e já colocaram um Judas para malhar.




A namorada só sorri e continuaram o caminho de volta.




Deixada a moça em casa, Marcelo volta tranquilo para casa. Olha em seu relógio e já é quase meia-noite. Quando passa pelo bairro de Areias, ele vê algo deitado sobre o asfalto, logo nota que é Judas, pensa em passar com o carro por cima, mas teme que alguns pregos colocados talvez no Judas fure seu pneu. No último momento ele desvia do Judas, e rapidamente olha para o retrovisor, para sua surpresa, o Judas se levanta e anda, atravessando a rodovia dos Minérios em direção a Igreja.

Seu coração dispara, Marcelo se mantém firme no volante, mas o fato ocorrido lhe arrepia. A primeira coisa a pensar é: - Era uma pessoa, por Deus eu quase atropelei uma pessoa.

Seguindo mais adiante ele passa pelo bairro de Tranqueira, bairro conhecido pelo tumulo acorrentado, logo que ele passa pela linha férrea, ele começa a se esquecer do ocorrido. Pensando em outras coisas, mas logo mais a frente, antes de chegar ao bairro Mato Dentro, a noite começa a ficar mais escura, uma densa névoa cobre o asfalto. E ao fazer uma curva para direita, eis que surge ao lado do carro ... um cão enorme, que avança no carro, Marcelo quase perde a direção, mas acaba por atropela-lo. Seu coração volta a disparar, novamente o arrepio percorre sua espinha. Ele anda mais uns 50 metros e para no acostamento. Olha pelo retrovisor, apenas um vulto negro deitado sobre o asfalto. Marcelo desce do carro e nota um motociclista que veio logo atrás e ao passar pelo cão quase cai da moto. Ele para ao lado de Marcelo e pergunta:




- Rapaz, você viu o tamanho do cachorro ali atrás. É muito grande.




- Cachorro? Pensei que fosse outro animal pelo tamanho, acho melhor tirá-lo de lá antes que cause um acidente.

O rosto do motociclista se iluminou, e disse:

- Não faça isso rapaz. É perigoso.

- Mas eu não posso deixar ele...

- Já disse rapaz, vá. Lá não é lugar para você.

E dizendo isso com uma voz alterada o motociclista subiu em sua moto e foi embora. Ele seguiu por uns 50 metros e desapareceu.

Marcelo ficou confuso, não sabia o que fazer, mas decidiu pelo certo e voltou até o acidente. A rodovia meio estreita não permitia que os faróis iluminassem o cão estirado no asfalto. Marcelo desceu do carro, caminhou até o cão, deu chutinhos de leve na pata para certificar-se que estava morto. O animal não tinha cauda, mas o corpo tomava quase que uma pista inteira da rodovia. Marcelo se agachou e segurou pelas duas patas traseiras. Assustou-se pelo tamanho, quase que duas patas de um cavalo. O pelo negro denso parecia engolir suas mão. Não conseguiu erquê-lo, então o arrastou e deixou que o corpo rolasse para as canaletas de água de chuva.

Voltou correndo para o carro, virou e se mandou para casa. Aquela noite, Marcelo mal dormiu, parecia que algo o acordava todo tempo. Logo pela manhã, ante de qualquer um acordar, pegou o seu carro e correu até o local. Mas não tinha nennhum cão ali. Apenas as pegadas de pés humanos sobre uma grande mancha de sangue.

Nenhum comentário:

Postar um comentário