Essa a anos aconteceu, mas até hoje diversas pessoas ainda dizem ver a tal procissão.
Há muitos anos uma família moradora da região do São Francisco tinha dois filhos, com o tempo papai e mamãe vieram a falecer até sobrar os dois irmãos.
O mais novo muito adoentado era sempre socorrido pelo seu irmão. Mas a enfermidade foi tanta que meses depois viera a falecer também. O mais velho caíra em depressão profunda ao se encontrar sozinho nesse mundão de Deus. Para tentar se livrar dos maus pensamentos começou a sair toda noite. Naquela época não existia a iluminação pública de hoje na Rua José Real Prado e a penumbra de suas saídas era sua companheira.
Certa noite avistou ao longe um grupo de pessoas numa procissão pela rua. Cada um levando uma vela. O rapaz apressou o passo e resolveu acompanhar a procissão, perguntou a um outro rapaz do seu lado:
- A procissão é de outro lugar? Não conheço nenhuma dessas pessoas aqui.
O rapaz não respondeu, apenas balançou a cabeça. Entendendo como um sim, continuou sua caminhada. A procissão seguia em silêncio, mas ao chegar próxima a linha férrea não seguiu para a igreja e sim em direção ao cemitério. De repente todos começaram a entrar pelo portão do local, mas o rapaz não conseguia entrar, todas as pessoas o atropelavam e passava em sua frente até que só sobrou ele, porém quando ele foi passar o portão se fechou com ele para fora. Ele gritou para o rapaz que o acompanhara:
- Ei amigo, deixe-me entrar também.
- Você não pode, você ainda está vivo.
- Como assim... vivo?
- Você não se lembra mais de mim?
- Não, acho que não.
- Pois eu sou... o seu irmão...
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